sábado, 5 de novembro de 2011

O pensador está só



Até que ponto ainda é necessário resistir? Até quando é necessário calar? Esse sentimento de cultura, sentimento de emoção, sentimento do mundo... Não passa de um sentimento. Foi sempre com bastante recusa que me direcionei a manifestar meus pensamentos: mas não falam todos? Eles não falam demais? Não!
                 
              Não estaria o verdadeiro pensador sozinho? Os homens “comuns” não passam de um meio para que outros mais poderosos realizem seus fins? Quantas perguntas são necessárias para por um homem na mais profunda reflexão é coisa que eu ainda não ponderei, e nem desejo; não sou tão ingênuo. Mas existe essa palavra tão suja, tão vazia de significado e que se encontra corrompida; chama-se pensador. E todos a gritam aos quatro ventos: Pensador!
                
              Com o nosso conceito moderno de inteligência o que menos assusta é o fato de palavras como essa terem perdido o significado; uma vez que se aplicam vários significados a um mesmo termo, é muito comum perder o termo para o mundo­... Para as massas. Não me proponho ditar verdades nessa humilde pagina, e muito menos bolar máximas; coisa que muito me incomoda nos escritores de plantão; os escritores da internet. O que me condiz nesse site é a simples tarefa de exercer minha crítica, que a muito tenho suprimido, que a muito tenho desdenhado. O titulo não evidencia o conteúdo, portanto é necessário explica-lo (titulo e conteúdo).
                
              Há tempos venho meditando, como poucos o têm feito, e não custei muito a chegar a uma conclusão frustrante: o pensador está só.  Mas essa expressão não seria pouco usual? Surpreender-me-ia se não fosse. Para o homem que quer ser o mínimo diferente, que deseja se destacar entre a maioria esmagadora; ser dono de um pensamento único. O que um pensamento realmente vivaz precisa para alcançar suas ultimas consequências? O que o pensamento livre requer para se alicerçar? Talvez nada.
                
               Se existe algo de comum no homem contemporâneo é a sua insistente ideia de copia. Existe em voga um ideal de maquinas humanas perfeitamente informadas... Perfeitamente “formadas”!  Tamanho preço a se pagar! Tamanha blasfêmia ao processo natural do pensamento humano! Tamanha idiotice!  
                
                Pouca coisa tem me incomodado. Entre as poucas se encontra o atual sistema de pensamento (como se o pensamento precisasse de um real sistema). Os homens nunca estiveram tão controladores, tão manipuladores, tão maquinas, tão “repensantes”. Não existe um único homem no meio acadêmico que não tenha sido iludido pela ideia de método. Hoje foi a gota; ultima das gotas. Nas palestras que presencio é sempre o mesmo dilema: método. Já fomos metódicos demais, não seria a hora de sermos humanos?
                 
                Eu inicio aqui apenas uma de minhas criticas, que muito sinceramente, não sei aonde vai terminar. Não existe um único momento em nossa tumultuosa, ou pacata, história, em que o pensador seguiu as massas, em que o pensador foi mais um. Será preciso repetir quantas vezes? Será necessário escrever quantas palavras para convencer? Não existe pensamento profundo, pensamento critico e pensamento aguçado, sem o mínimo de solidão. O pensador está só! Muitos já ouviram está afirmação. No entanto, há tantas pessoas com medo da solidão! Acredito que algo esteja errado.

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